O
Brasil ficou em penúltimo lugar em um ranking global de educação que
comparou 40 países levando em conta notas de testes e qualidade de
professores, dentre outros fatores. A pesquisa foi encomendada à
consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU). Em primeiro
lugar está a Finlândia, seguida da Coreia do Sul e de Hong Kong.
Os 40 países foram divididos em cinco
grandes grupos de acordo com os resultados. Ao lado do Brasil, mais seis
nações foram incluídas na lista dos piores sistemas de educação do
mundo: Turquia, Argentina, Colômbia, Tailândia, México e Indonésia, país
do sudeste asiático que figura na última posição.
Os resultados foram compilados a partir
de notas de testes efetuados por estudantes desses países entre 2006 e
2010. Além disso, critérios como a quantidade de alunos que ingressam na
universidade também foram empregados.
Para Michael Barber, consultor-chefe da
Pearson, empresa que encomendou o estudo, as nações que figuram no topo
da lista valorizam seus professores e colocam em prática uma cultura de
boa educação. Ele diz que no passado muitos países temiam os rankings
internacionais de comparação e que alguns líderes se preocupavam mais
com o impacto negativo das pesquisas na mídia, deixando de lado a
oportunidade de introduzir novas políticas a partir dos resultados. Dez
anos atrás, no entanto, quando pesquisas do tipo começaram a ser
divulgadas sistematicamente, esta cultura mudou, avalia Barber.
“A Alemanha, por exemplo, se viu muito
mais abaixo nos primeiros rankings Pisa [sistema de avaliação europeu]
do que esperava. O resultado foi um profundo debate nacional sobre o
sistema educacional, sérias análises das falhas e aí políticas novas em
resposta aos desafios que foram identificados. Uma década depois, o
progresso da Alemanha rumo ao topo dos rankings é visível para todos”.
CULTURA E IMPACTOS ECONÔMICOS
Tidas como “super potências” da educação, a Finlândia e a Coreia do Sul dominam o ranking, e na sequência figura uma lista de destaques asiáticos, como Hong Kong, Japão e Cingapura. Alemanha, Estados Unidso e França estão em grupo intermediário, e Brasil, México e Indonésia integram os mais baixos.
O ranking é baseado em testes efetuados
em áreas como matemática, ciências e habilidades linguísticas a cada
três ou quatro anos, e por isso apresentam um cenário com um atraso
estatístico frente à realidade atual. Mas o objetivo é fornecer uma
visão multidimensional do desempenho escolar nessas nações, e criar um
banco de dados que a Pearson chama de “Curva do Aprendizado”.
Ao analisar os sistemas educacionais
bem-sucedidos, o estudo concluiu que investimentos são importantes, mas
não tanto quanto manter uma verdadeira “cultura” nacional de
aprendizado, que valoriza professores, escolas e a educação como um
todo. Daí o alto desempenho das nações asiáticas no ranking.
Nesses países o estudo tem um distinto
grau de importância na sociedade e as expectativas que os pais têm dos
filhos são muito altas. O relatório destaca ainda a importância de
empregar professores de alta qualidade, a necessidade de encontrar
maneiras de recrutá-los e o pagamento de bons salários.
Há ainda menções às consequências
econômicas diretas dos sistemas educacionais de alto e baixo desempenho,
sobretudo em uma economia globalizada baseada em habilidades
profissionais.
Da BBC Brasil
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